Cara
Vera,
Aí
vai:
O
livro de Danuza é um relato dos anos dourados. De Ipanema e de Copacabana,
daquele mundo em preto e branco que a escassa documentação no Brasil não
conseguiu fixar. A narrativa lembra os livros anteriores à nouvella vague
francesa, ou contemporânea dela, como os romances de Roger Vailland, mas com o
traço do testemunho pessoal, o documentário. Quase Tudo conta como foi o tempo
getulista e janguista, como a elite brasileira se movia numa espécie de país
das maravilhas ameaçado pelo futuro. No terreno pessoal é a extraordinária
história de uma das mais extraordinárias mulheres de seu tempo. E que ainda,
próxima e crítica, tem um olhar afetuoso mas sem indulgências sobre uma
revolução de costumes ainda não terminada. O talento de Danuza não é só viver,
é escrever sobre a vida, com precisão de repórter e tempo de artista.
Renato
Machado
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